Mensalmente, o Fenô ABC traz um tema de reflexão sob o prisma da Fenomenologia, a partir de filmes, seriados e documentários. Sempre aos sábados, evento gratuito e remoto.
No mês de março, demos início às atividades do Fenô ABC como o Cine Fenô. Contamos com a presença do Prof. Dr. José Francisco Greco, que refletiu conosco os temas Positivismo, Dispositivos disciplinares e Sociedade controlada, a partir do filme "1984", com base na obra homônima de George Orwell.
Dando continuidade às questões discutidas no Cine Fenô de março, convidamos a Psicóloga Dra. Maíra Clini, Daseinsanalista, para debatermos sobre o fenômeno atual do cancelamento nas redes sociais. Para isso, assistimos o episódio Queda livre, da série Black Mirror. Entre o que foi levantado, Maíra nos deixou a seguinte pergunta: quem é que controla quem?
Em maio, a equipe do Fenô ABC, Flávia Duarte e Pedro Alegria, entrou em cena para debater acerca da Impessoalidade que nos atravessa, tornando-nos cada vez mais controlados pelo olhar alheio do que pelo nosso modo próprio de ser (quando conseguimos compreender que esse modo próprio de ser existe). Nos baseamos na série Sessão de Terapia, no caso "Chiara".
O resultado do Cine Fenô baseado em "Sessão de Terapia" foi tão frutífero que decidimos repetir a dose em junho. Flávia e Pedro dessa vez se debruçaram sobre o fenômeno da culpa, cada vez mais presente em nossas escutas.
O cinema é uma janela aberta que nos faz ver através dos olhos dos outros.
Levando em consideração a questão da intersubjetividade presente no mundo, é possível
dizer que o filme é uma consciência fenomenológica do exercício de outras pessoas.
Diante de uma exibição fílmica todos são convidados a ver uma projeção da consciência
dos outros que se passa numa tela. Uma linguagem que se traduz com muita riqueza e
proximidade com a maneira de apresentarmos a essência da nossa consciência. A estrutura
do filme é a linguagem cinematográfica, com a qual se organizam e tomam sentido os
acontecimentos e as personagens, que acabam por constituir no filme uma consciência
própria. O cinema e a consciência são direcionados para um mesmo mundo. Há
momentos em que a consciência vai para o cinema e outros em que o cinema vai para a
consciência, num enriquecendo mútuo.
Bento Matias Gonzaga Filho
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